OLHARES
Data 19/06/2021 19:35:54 | Tópico: Poemas
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Ah tão bom lembrar em versos daqueles quentes verões, dos teus olhos azuis de mar; olhares ensolarados, vivificados, persistentes e rejuvenescedores. Bendita seja minha memória... O fulgor das luzes da manhã perpassava teus cabelos esvoaçantes; ouro ao vento, igual que fustigava as velas que tu meu amor via passar. Um querer que ainda é... Intento uno do prazer; rever imagens imutáveis armazenadas na memória - vidrilhos de calidoscópio - lembrança crua resgatada no antigo álbum de fotos de bordas serrilhadas e amareladas. Nas páginas do seu diário, momentos lindos descritos numa caligrafia meticulosa e bela; irradiando brilhos ofuscantes, perfumados e preservados nos frutos, na espontaneidade das raras belezas outonais. Assistia-se nas frescas tardes as danças das folhas caindo ao destino. Os ramos das folhagens tenras resistindo em leveza e harmonia, assim servidos para outras alegrias. Breve brisa batendo no rosto, soprando em cores e cheiros, fazendo com que o tempo parecesse parar no espaço.... os jardins permanecem floridos. as árvores não mais frutificam; fica o olhar nos frutos amadurecendo olores impregnando em lufadas; não mais o vento frio que desalinha os ralos fios de prata do tempo. Novamente é verão, revitalizando os rumos, os horizontes traçados lento epílogo e único querer; mais um passo com qualidade de vida enquanto houver um sol que brilhe trazendo o abraço solidário, a mão amiga, o calor que dispensa luvas, gorro e meias de lã. Espera-se apenas conforto nas palavras, o reconhecimento desses talentos aquecidos que se afloram na maturidade. Por fim, o aceno da mão trêmula, decidida, o sorriso de alegria por ter feito da vida uma poesia.
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