
PSIU! ALICE DORMIU!
Data 05/07/2021 19:38:30 | Tópico: Prosas Poéticas
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Na mesma janela. Mas naquela manhã; a passarinhada chilreava mais alto. As nuvens ligeiras, apostavam corrida. O riacho, que de fio d’áqua, transbordava pelos afluentes. O céu de tão baixo, podia ser tocado a ponta de dedo. E o chão de morno; fervia. Era o inverno em ebulição...
Por força das orações requeridas.
Na praça, os velhos faziam Cooper, os jovens dormiam à sombra, ainda sob efeito da ‘balada’. As crianças? Bem; as crianças fazendo tudo que os adultos gostariam de fazer.
Nas ruas, avenidas, estradas, os veículos riscavam o asfalto. Os transeuntes movimentavam-se como num louco vai e vem de formigueiro, e os ponteiros do relógio marcavam incansavelmente o tempo.
Mas aí veio o ocaso, atrasado, (pelo horário de verão) o sol caía como uma laranja gigante. De crepúsculo a começo de noite, um pulo. Pendurou-se uma estrela ali, outra acolá, e uma lua se desperta mais parecendo um grande queijo, e fica lá, mansa, suspensa no pico da serra.
A noite encomprida, arrasta-se sonolenta e boêmia mais uma vez para longa madrugada. As pálpebras batem; uma, duas, três, cada vez mais lentas. Então o sono abre suas grandes asas confortantes, dominantes, soprando bafos de sonhos...
Mais uma vez cheguei tarde e ouço o silencio admoestador: Psiu! Alice dormiu! Flutua sobre as águas... Navega sem mágoas, de todas as suas dores... Acho que sonha com os céus! E justamente hoje, justamente hoje que eu queria dar-lhe a mão e... Mas vai amanhecer...
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