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 Do poema: amor, vida e sonhoData 12/07/2021 16:39:20 | Tópico: Poemas
 
 |  | Prólogo O céu da noite é como um negro mar de invisíveis conflitos
 Que persistem em seu movimento de arco rumo à luz do dia
 O céu que semelha um manto perfurado de brancos pontos
 Desperta os sentidos do poeta, que o observa e o descreve
 
 Do amor
 O pensamento verte ao amor, que é como o trigo a crescer
 No doce contraste da noite com o clímax da fome de amar
 Mas não se extingue quando deixa corpos salgados de suor
 Pois que caminha pelas sendas paralelas até o nascer do sol
 
 Da andança
 O dia reconduz a novos pensamentos, uma ponta de saudade
 Cada passo da estrada, cada um, move-se em sua própria luz
 Todas as manhãs se reiniciam em sua vigília e faina solitárias
 Que se sucedem infindas, numa louca esfera de Sacrobosco*
 
 Da luta
 Os inimigos escondem suas armas obscuras, sua força oculta
 Estende-lhe os dedos, mas para fazê-lo prisioneiro nesta vida
 Para conter seu surto de vontade, sua força, sua resistência
 Para tornar-nos frágeis e roubar o sentido de nossas palavras
 
 Do sonho
 A ação se desenrola nas fábulas perpétuas da roda do tempo
 Para tornar grandioso um sopro de vida inicial que recebemos
 Para eternizar o que fora transitório num único abrir de asas
 Receber todo o fogo de ser pássaro, voar rumo ao sol poente
 
 Epílogo
 As realidades objetiva e subjetiva vão arar o chão desta terra
 O poeta em seus laços com o infinito, traça os versos no papel
 Como as margens paralelas de um rio são sujeitas ao seu curso
 Mas se alastra, linha a linha, pela geometria inata de quem os lê
 
 * Sacrobosco - Johannes de Sacrobosco; Escócia, ca. 1195 — ca. 1256), também conhecido por John of Holywood, foi um matemático e astrônomo, professor da Universidade de Paris e autor da obra medieval Tractatus de Sphaera ("Tratado da Esfera").
 
 ** É permitido, como sempre o é na poesia, ao leitor encaixar sua própria vida nestes versos, desde que esteja ciente que tudo pode não passar de ilusão...
 
 
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