Soneto IV

Data 27/04/2008 05:52:14 | Tópico: Sonetos

De Caderno de Sonetos

A meu pai, que já foi



As barbas postas de molho

O olhar perdido à míngua

O verso foge-me à lingua

Só sei o olho-por-olho


O verso que não recolho

Machuca mais do que íngua

A rima, se vem, xingo-a

E tranco-me a ferrolho


Dos que passam, faço pouco

O meu cinismo se ativa

Acostumei-me a ser louco


Ao Rei de Paus digo: - Viva!

Bato no ar, dou-lhe um soco

E sigo só à deriva


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júlio



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