
O IPÊ BRANCO QUE PLANTEI, FLORIU
Data 20/07/2021 16:27:33 | Tópico: Poemas
| . . . Na esperança de um sonho, de te reencontrar, perturbadoramente, lutei um sono arrastado pela madrugada...
Quando quase vencido, o teu rosto me veio brilhando nas minhas retinas; maneiro, repentino. E ainda tão lindo.
Despertei, para resgatar a lembrança perdida de você, meu bem querer, paixão despida.
Fonte onde eu bebi sofregamente o que me oferecias da tua pequena boca, feita para o beijo, macio, e com gosto de poesia. Depois sozinho no meu canto, o sorriso, a alegria, a sensação de embocado um fino cristal de taça que abraça o vinho.
Tinto; que aquecia o meu corpo, para atrair o teu; pequeno, tenro, doce, alvo e fresco de mulherzinha... atriz, e vulgar na cama. Como sempre te quis, e a desejava. Ah! Que deliciosas ânsias, e como te amava nos banquetes de delícias que me oferecias!
Mas houve o dia, quando o meu olhar levou comigo o teu olhar, e o meu corpo partiu impregnado do teu cheiro, do perfume de cio sentido pela última vez sob os lençóis de percal estampado. No portão, implorando, as mãos deslizaram lentamente até o toque final dos dedos. Perdurável?! Ficou o aceno e o sonho.
Parece que foi ontem que plantei o ipê branco em frente a sua janela. Pelo tempo dos meus cabelos grisalhos, deve ter crescido, frondoso, e florindo, se vestindo de alvura, paz, a que precisei ao te deixar.
Lembras?! De manhã reclamavas do sol. Ele já deve sombrear o seu quarto. Agora... Nem eu nem o sol, tocamos mais a tua pele quando acordas.
Adeus... Dormirei com o poema que um dia foi, na vida, e no sonho que eu li. Sim, li.
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