no interlúdio absorto de dois pensares, escrevo que...

Data 28/07/2021 23:29:56 | Tópico: Textos

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1-
a mesquinhez em forma de deboche
procura comandar.
estou na fila dos desiludidos
ou excluídos desta mesmice praticável.
talvez lá na frente haja um canto sensível
- diferente,
pragmático -
onde se respeite a individualidade
concernente a cada ser singular, e
a distopia seja a reação química/mental
para que seus resíduos sejam apenas
os fertilizantes de uma nova concepção.
estou certo que a banalidade se aflora
no comodismo imbecil do homem-só,
o seguidor da maré de caminhos prontos
que o mecanismo grupal lhe oferece.
a forma de agir e pensar por imitação
é a veracidade travestida de ato consciente.
todos somos passíveis de falhas.
a evolução intelectual é factível, mas a
evolução física domina.
vivemos de aparências... por quê!?
porque raramente externamos aquilo que somos.
tudo é maquiagem, palavras são maquiagens!
a prisão perpétua do EU é controlada
pela prisão criada da visão concreta do exterior, ou seja,
toda ação é pura imitação.


como disse Pablo Neruda numa passagem do seu livro de memórias:
'sou um apaixonado pelo mar, mas navego em terra.'

***





2-

a vida é uma ilusão tão verdadeira
e, em nossa dualidade,
precisamos apenas interpretar
o signo de cada situação no
caminho sagital de dois cursos.
a vida é ilusão pura,
posto que,
primeiro se pensa,
depois se concretiza
a ação.
a vida é vivida
no entremeio de duas situações, ou seja,
nascer e morrer.
a própria ilusão também ascende
a vários vértices que nunca são decodificados e,
quando são, passam desnotados pela razão.
cada um cria o próprio mundo real
dentro dos tentáculos vitais
à partir da própria imaginação.

***



"lá, onde minha vista se acalma
já não há mais o corpo
dentro de mim
palpita uma alma"

















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