Somos desertos de um tempo fustigado,
Pequenas pedras d'areia levadas pelo vento,
Sombras de um tempo há muito apagado.
Inspirações que se perderam ao relento.

Queiram as estrelas brilharem sobre a lua,
Sejam elas sonhos apagados da minha vida e da tua...

Somos sombras sobre máscaras, mascarilhas e ilusões!
Somos pequenos pedaços de um futuro nunca sonhado,
Um presente perdido sem prenda nenhuma!
Passadas sem rumo, sem destino, sem emoções!
Somos quase um robô elétrico alado,
Que se encontra num ecrã de qualquer equipamento.

Olhamos ao espelho e não nos vemos,
Observamos números imaginários e sem sentido.
Outrora eram outros tempos, mais condescendentes...
As pessoas sorriam com vontade,
Hoje desejam sorrisos "tridente".
São tantas as vezes que me encontro a ter saudade,
Daquelas caricatas pessoas, perdidas, infelizmente...

Intolerância cresce, o foco perdeu-se.
Sejamos mais humanos, deixemos as tecnologias para expandir horizontes!
Não sejamos o vazio por detrás de um telemóvel, computador...

Zero multiplicado por qualquer outro número continua a ser nada.
Não sejas o zero da tua vida!
Soma-te, encontra-te!