Há um vão à minha espera
Data 18/08/2021 15:11:49 | Tópico: Poemas
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Há no céu um arco sem flecha, flácida premissa a espera, Falácia do engano o desejo, como se fosse um falso abraço, Me trocassem p'lo baço o coração vencido, dormente E a sensação de ter me perdido pra sempre, preenchido a ar,
A cruz é sólida, sofro amargo de boca, constante o ruído, Como quem ergue um muro e a terra estremece, sobe E eu murmuro às sombras que me escurecem, pergunto. Pronúncio mal avindo num vazio vizinho vão de astros,
Há um véu cor de noite pra onde quer que olhe, E um horizonte estéril de pontos em cruz pra'onde, Minha viagem será feita pondo de parte distância Ou o tempo, tamanho não é constante, é suposto
Completar-me do real não o oposto, perfeito o amor Do próximo, não a perfeição do amor-perfeito, mediático, Genérico e paisagem lunar, chamo-lhe consciência Figurativa a duas dimensões, antes do passo seguinte
E depois de dois dedos de conversa em que me rendo Ao silêncio, falando apenas com os meus dois botões, Sem obter resposta, afinal é obvio, em tod'o caso Desminto o privilégio de ter sempre razão, divago,
O réu nem sempre é culpado, o cérebro queixa-se Que sou fraco mas pessimismo não é pecado da mente, É só meu e totalmente eu,- quão pobre é a realidade E o sonho injusto, quanto à morte não deveria ter vivido,
Há um véu na minha frente, é o Agosto das minhas Acções, nem lembro de ter uma alma no meu interior Rosto e a sensação de que vivia í preso em paz, Sossego, s'pectador assíduo dum filme demais visto.
Há um vão à minha espera, visível só quando tomamos Consciência dele, a sensibilidade é uma bênção para A cegueira pura, eu sou dos que sentem sem ver, Embora veja também com o sentir do pensamento.
Joel Matos ( 24 Junho 2021)
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