
Morrer de Amar
Data 18/08/2021 18:31:54 | Tópico: Poemas
| Porque por vezes me dás essa sensação de abandono, que te falta? Sei eu não espelho a perfeição, nem perto disso, nem o que espero Eu queria aprender a velejar nas tuas leis, mas não te compreendo É sempre esse silêncio em que só tu que falas, mas não me escutas Permaneces distante mesmo presente, chegas no corpo não a alma Mesmo que eu me reparta em tantos não me entendes em nenhum Tenho um pomar nos meus versos, delicados tal o pêssego maduro Intensos qual o rubro das amoras, doces como as cerejas que colhi Por vezes, reconheço, azedos qual o maracujá e ainda são só teus Mas é a tua ausência o caderno onde escrevo os poemas noturnos Enquanto as flores fecham suas pétalas e reservam seus perfumes Nessa longa espera, até que um novo dia e outra espera amanheça Cada manhã eu renasço na esperança que ao chegar venhas a mim Pois a paixão mora em mim, bem fundo em meu coração alucinado Dessa minha adolescência tardia, que fiz só para estar ao teu lado Descansa esse lado pedra, que te quero flor, para regar não colher Tira das costas o peso de ficar em guarda, eu me inventei só prá ti Depois vem, que tenho fome de amor, corpo e alma, vamos brincar Correr pelas campinas, de mãos dadas, deitar na relva e apenas rir Seguir pelo rio, rumo ao mar onde, enfim, eu possa morrer de amar
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