Epistemologia dos Sismos
Data 28/08/2021 09:21:42 | Tópico: Poemas
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Epistemologia dos Sismos ou A Simbologia dos Símbolos
Eu queria ter tido dos outros, a forma, Numa frase escrita, num fragmento Curto, numa memória circular, um registo Que não o meu discurso descrente,
Em que me descrevo, não como Um semideus nu e cru, mas parecido Aos quais queria ter sido, os outros, mais Fácil imaginar-me perpendicular, um fuso
Por uma questão de entendimento do prumo, Do que seguir a linha obliqua de um ovo, Direi eu divino, não por uma questão De humildade mas por escrúpulo, zelo
Por mim próprio tão pouco, ao ponto de me Curvar como vime perante a inverdade Alheia, é como me descrevo diante Da alcateia, sendo eu próprio o super-lobo,
O dragão do éden, o ovo parabólico, o sino Das sociedades secretas, resolvo partir À descoberta quando o manifesto sou eu, etrusco Semicego, somo e sigo, evoluo pelos medos,
De modo que não me rache em mais a alma, Partida entre mim e os demais, que nada fazem, Como memoria a definir, pó de s’trada, estorvo, Evoco-me ao morrer com a humilde felicidade
De nada ser, quando sou tanto e tudo mais Que o divino ciúme pode sentir duma só criatura, Num ser gigante com dimensão de um ovo, E ainda digo que “queria ter sid’os outros”,
Menores que eu sou, realmente falando Do ovo na sua curvatura perfeita e do Prazer intimo que tenho hoje, quando me Descrevo e declaro general “do-que-sinto”
“Ao-de-cima”, no cimo do píncaro, nas torres Dos címbalos, da simbologia e dos símbolos …
Joel Matos (13 Dezembro 2020
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