Viagem a Kathmandu

Data 27/08/2021 23:11:48 | Tópico: Poemas -> Reflexão

A cidade se agita cercada de mistério e de enigmas
O roteiro dos cálculos sobra e resiste à imaginação
Porquanto o irreal poderá se adicionar ao palpável
A qualquer momento. A energia é magneto fluindo
Há nos meandros a matéria invisível no misto de luz
Em seu centro, nas vielas labirínticas, arte pulsante
Os símbolos em cores propõem uma figura imaterial
São personas nas danças de máscaras a Indra Jatra
Krishna a construiu, onde era um lago de serpentes
Assim o fez de essências, com os fulgores de cristal
Esta é Kathmandu, portal do Nepal, tempo sem fim
Lá a alegoria transmuta a palavra que gera o poema
Exercício denso de ser o conluio da vida e o delírio
Pode haver o conflito real entre o escuro e o brilho
Ou acatar que a matéria, destituída de luz, inexiste
E sua forma é tão só a sombra projetada no espaço
As respostas se multiplicam é só repetir a pergunta
É o que sei, pois descobri a analogia dos contrários
Adeus Kathmandu, restam tantas questões a fazer
A volta ata-se à unidade que flui do próprio tempo

SET/2005

Em setembro ocorre a celebração de Indra Jatra em Khatmandu, a festa das máscaras. Os habitantes são muito hospitaleiros e mostram um verdadeiro prazer de ter sua presença lá. A meditação é o forte do lugar, um atalho no difícil caminho do autoconhecimento. Uma passagem de imersão por lá é capaz de mudar muitos rumos.



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