“Deo-ignoto”, Ateu
Data 31/08/2021 14:42:08 | Tópico: Poemas
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“Deo-ignoto” ou "Agnostos Theos"
Sendo dos que na força de irem tudo põem, Não inspiro nem acho o sítio onde ir e estar, Sala ou quarto de Lua ou penhasco, tudo é Falso, andaime ou lusco-fusco o que me fiz
Ser, quanto ao sítio, figuro que não existe Nem desejo há, de tê-lo ante mim tendo-o Onde não chegarei mais. nem estes covardes E estéreis cotovelos, castrado eunuco sou
Eu, sopé do mundo, rude-hebreu, “Deo-ignoto” Ateu, consola-me conviver com a chuva-triste E a sombra do que não existe mas se admite Como sendo silêncio físico, crepúsculo e magia,
Sendo dos que na força de irem tudo põem, Comporto-me segundo a intuição e não a ciência Como instituição palpável probatório fixa E o ir faz parte da descontaminação e da educação
Do fugir ao vulgar e à vulgaridade do sítio a fingir, A fuga cria a diferença entre o criador e o incriado, Invisíveis mas pares na arquitectura íntima De todos os sonhos que tenho na beira do mundo.
Jorge Santos (01/2017)
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