Nesse bolero solitário Vou dizer o quanto quero, Mais surpresas eu espero, Nas missivas de amor. O que escreves, São flechadas coloridas, Que atravessam minha vida, Sem ferir meu coração. Mas, esse amor, À distância, é tão cruel, Vejo teu rastro, no papel, Transformado em poesia. Resta enfim, Acuado no meu quarto Eu pegando o seu retrato Pra você olhar pra mim. Ponho lembrando, O seu disco na vitrola, E na penumbra ele chora, Mas uma vez, a sua ausência, Então faço, Desse, bolero de sonhos, Sozinho ensaio os passos, Do: um pra lá, e um pra cá.