" Sic est vulgus "
Data 11/09/2021 21:41:47 | Tópico: Poemas
|
"No light, but rather darkness visible"
Dificilmente se nasce de geração espontânea, Só eu digo claro o que penso nas minhas enigmáticas Palavras que não têm mãe, apreciação, nem berço, Que tanto faria terem saído do diabo ou de um penedo,
"Sic est vulgus", subordinadas à hereditariedade, Porque não me interrogam nem me espantam, Apenas guardam mágoa, rancor e raiva, como ninguém Foram geradas num ventre esterilizado de frade
A cujo dorso imoral e corrupto se assemelha Esta minha escrita que mais valia não ter nascido, Eu próprio vivificado no oficio das paixões terrenas, Constantemente na frente, de cruz na mão esguelha,
Nunca hei-de estar no centro, nem dentro Das comuns, vividas pelo comum dos homens, Não faço parte dos crentes de domingo, Evoco os feitiços e a floresta à lua prenha,
Tal qual o cio dos lobos e as facções em luta, a rixa Na clareira pelo domínio sobre a raça, a tribo, A liça, a faca que cultivo porque é real e precisa, Privilegia a permuta quando é de corpo que se muda,
Dificilmente se nasce de geração espontânea, Todas as formas de vidas provêm de uma substância Nobre e com regras mundanas, sem ela é impossível, Já meu dom cresce do extremo, nasci tão blasfemo
Quanto um vulgar escarro humano ou um pelo púbico Arrancado em pleno acto de Contrição…
Jorge Santos 11/2019
http://namastibetpoems.blogspot.com
|
|