
Ranho e linho...
Data 17/09/2021 15:14:29 | Tópico: Poemas
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Alma e pele,
Espero por mim, eu próprio, dias Incógnitos e mudos, sonhamos depois, juntos ou apenas eu, que me repito, Nu por baixo da aridez q'sinto, descalço-me
Noite pós noite, dia após dia, face-a-face, Espero por mim como num régio, lento Duelo corpo-a-corpo, mano-a-mano, Eu contra mim próprio, faca e maço,
Dor cortante de quem sal sangra, Se batendo consigo mesmo, Bastão e lança, lança e bastão, Desespero, dicotomia, opróbrio
Sonho de condenado à morte, Distante, inexistente mas real, vazia Jornada, rasto de vida que resta E me escapa das mãos gémeas, lume,
Alma e pele, pele e alma...ranho E linho. Morreu Aquino, morreu Eça e Reis Tantas e tão poucas esperanças sem luz, A vida passa menor que um passo,
Num paço real onde não são permitidas Rosas, apenas cardos do campo gigantes, Estarei descalço a sério se real é sentir A dor que é estar calçado, sem dar
Passo sobre cardo ou faca de mato, gume De verdade, grande a esperança Nos eirados prados, fraca herança, Os meus adiados encardados pés,
Sangrando pós noite, após dia, Alma e pele, ranho e linho...
Jorge Santos 07/2019
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