
Enquanto a paz não retorna
Data 08/10/2021 03:24:03 | Tópico: Poemas -> Intervenção
| Não, não me calo, tens medo? Podes virar as costas Mas, de nenhuma forma, me verás de mãos postas Ou de joelhos diante dos ímpios que irei enfrentar Por mim, por quem também não queira se entregar Não se combate o vil ofertando-lhe ramos de flores Não é da luta pelo que é justo que se adquire dores Aos que calaram, quais de vós conheceis honrarias Não, não há alguma lucidez nessas atitudes vazias Não reconheço poeta algum em silêncio, emudecido O que depôs sua pena e o papel é porque foi vencido Não, não me calo e amanhã olho o espelho e me fito Sem culpa, sem pena de mim. Posso estar só, admito Muitos que hoje calam, amanhã, se tocados gemerão Então lembrarão este poeta que relegaram à solidão Mas podem bradar meu nome, que tomarei a frente Jamais me calarei até que a paz retome a toda gente
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