Não tenho pressa ...
Data 28/10/2021 11:52:35 | Tópico: Poemas
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Não tenho presa nenhuma dúvida que seja,
Não tenho presa dúvida nenhuma a mim, Absolutamente nenhuma à solta dentro Do corpo, nas solas as mãos terminam Onde começam os quatro sentidos d’outros,
Sinto definitivamente não ser ninguém Neste mundo, demito o tornar-me nesse Rei do vulgar e do vulgo tal e qual morto Em lugar findo deste reino onde não reino
E sem dúvida não é meu, demito-me inda Do peso de sentir por todos a lua que seja E o mistério dos braços prenderem o corpo À alma e das gotículas de geada os dedos,
Quadrados cotovelos e o coração absoluto Zero (noves fora), prefiro as solas aos sapatos Que alego serem meus e depressa, antes Que dêm pla falta deles amanhã, manhã cedo,
Antes do começo dos outros e meu eterno Delito, término e gémeo falso do infinito, Qualquer dúvida fica inteiramente entre Mim e a fala e até que, do falar m’esqueça,
Não tenho pressa …
Jorge Santos(02/2018)
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