
Cores
Data 29/10/2021 03:12:37 | Tópico: Poemas
| E o poeta achou que ela se chamava Liberdade Seus cabelos morenos, longos até o meio das costas Uma história para se sentar e lembrar cada dia Mas era nada mais que solidão, desvario Nem se dizia que era tão íntima do abismo
À ruiva de sardas o poeta chamava de Vitória Era bom andar ao seu lado descalço Ao lembrar dela vinha um cheiro de jasmim Ver o por do sol ou contar estrelas, mas ela se foi Ah, mas a vida é injusta, a vida é mesmo assim
A última, de cabelos cor de ouro, ele chamou de Vida A cada despertar tinha a calma do andante Era bom o sonho pois se sonhava em conjunto Seu horizonte lhe pareceu um céu aberto Mas as flores, fúnebres, eram de alguém que partiu
Na guerra da vida, o poeta vive a dar piruetas Como se fosse um pássaro bêbado a rodopiar no ar Lutar contra esse silêncio que lhe encardiu a alma Descobriu que as flores morrem sem água ou sem sol Por que quando tudo acontece, já chega o fim.
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