A Lucidez na loucura ou Os Cabelos de Berenice
Data 30/10/2021 14:02:48 | Tópico: Poemas
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(A lucidez na loucura)
Tenho pensamentos quasi’venais Nos beiços, na língua, no queixo, em braille Nos cotovelos, nos quasi’brancos cabelos Com’a Berenice tem, belos…belos,
Pudesses tu vê-los, sabes… se Soubesses do que falo, dito Deixariam d’ter segredos, Os maciços de nebulosas distas
Das alamedas de lata podre, Lar das princesas feias, Ogres Alimento infinito de orgias, vaginais Meus sonhos de imenso e magias,
Tenho pensares tais e diversos, Quantos os beirais das vielas sombrias, Vagas quanto das veredas de terra greda, As estrelas que avisto no espaço,
Pudesses vela-las tu p’las Frestas da lona suja, verias fábulas Dum crédulo, à luz de luz incerta, Roto e sonhando-me do cosmos,
Mago majestoso em Terra-finda, Vejo em tudo que brilha, Ouro, só sal ódio e erva-minga, Destroços de qualquer cometa,
Bairros de trolhas, imundice Ratos, puxadas ilegais de luz Tal e qual cabelos de Berenice, (A lucidez na loucura)
Não passamos de minhocas, Que brilham a preto no escuro, Na textura do espaço/tempo, Explicamo-lo a ouro e sinais
De néon no vácuo que ficará De nós depois do circo ir embora, Erva gasta e podre, lixo E um hino de horror à vida
Na Terra nossa gémea, dos cabelos Verbais que Berenice tem, Soubessem eles que, realmente Falo da lucidez na loucura.
Jorge Santos(01/2018)
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