A Carta Que Nunca Me Escreveste ou a Simples Confissão do Teu Maior Crime*

Data 28/04/2008 21:09:54 | Tópico: Mensagens

Estava há muito tempo com essas palavras presas cá dentro, queria libertá-las e mostrar-lhes o caminho para que fossem ao teu encontro mas foste mais rápido do que eu.
Às vezes penso que é para ti um pecado esta forma de sentir, esta forma de estar e, sobretudo, esta forma de ser. Sim! Amar assim é mais do que uma forma de estar, é uma forma de ser que inunda de tal forma a vida que esta passa a correr apenas só num sentido, o teu.
Queria cruzar as metas, destruir os muros que nos separam com um soco, agarrar no amor que nos une e fugir contigo para onde não existam os olhos da moralidade e da ética, onde não chegassem as críticas, onde não existisse a idade, onde o tempo não conseguisse chegar. Queria ser capaz de te mostrar que mais importante do que os outros pensam é o que tu sentes.
Que importa a idade? Alguém sabe o que significa a idade? O número de anos que vives? Quero lá saber da idade, não existe uma idade para sermos felizes, não existe uma idade para amar. Existe só um tempo para me alcançares e esse tempo é o agora, este instante em que me lês.
Corre ao meu encontro e abraça-me, quero os teus braços, quero a tua boca junto ao meu ouvido a segredar-me todas as palavras que nunca me disseste, por isto ou por aquilo, quero tudo e sobretudo quero a liberdade, a liberdade de fazermos o que queremos com este Amor Maior que nos tomou. Não quero passar os dias de mãos atadas! Quero constuir com elas uma casa, a nossa casa. Quero entregar-te o amor em forma de gestos.
Deixa-me estar perto!
Deixa-me!
Sim?
E se o teu maior crime for eu, torna-te criminoso mas feliz!





* breve alteração do título de uma carta do Alemtagus;


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