Desejas meus poemas, mas me odeias por escrever Quem diz que ama a ponte, deve também amar o rio Posto ser este, a única razão da existência daquela No ardil de todas ilusões, te imaginas ser reluzente Por que falavas que sentias por mim um amor eterno Mas me atiraste às hienas, tal restos insignificantes A terra seca quando cai a chuva, exala seu petricor Há coisas que não se pode ocultar detrás da mudez As evidências, e vidências, violências são a face real O sol sucede à lua e, muda, mudas nas tuas opiniões Porém por dentro és imutável, sem arte e sem rima Soluçando uma imensa oração de infindo desamparo Deixaste confundir minha humildade com pequenez Assim me perdestes, tal a represa verte o excesso Se ias me atar as pernas, esquecestes minhas asas Carreguei por tantos outonos e invernos teus vazios Pacotes sem ternura, teu ouro de tolo, teu coração mendigo e nenhum gesto ou algum aceno de carinho
|