Os braços verdes dos girassóis a saudar a primavera Formam bela paisagem para os beija-flores no quintal Queria uma manta de lilases para disfarçar tua falta Deixei uma lâmpada acesa, sem remorsos, para fingir Que tua luz não se esvaiu e tua voz ainda ecoa aqui A parede vazia, antes repleta de cores dos quadros Que expunham da nossa história em óleo sobre tela Parece me fitar rude, tal a hera do muro do quintal A jarra de cristal sobre a mesa, já não recebe rosas Quais tua mão meiga transitava entre espinhos ilesa Ervas daninhas, pelo abandono, invadem o canteiro No teu lugar à mesa já não há mais prato nem talher Porque abdicastes da vida e nos levou tua presença Deixando só silêncio e tantas perguntas a responder Sei que vou achar novas razões e prosseguir adiante Plantar novas flores no jardim, de pétalas escarlates Perfumes envolventes para atrair borboletas vítreas E darei teu nome à mais soberba flor que despontar Para que revivas no jardim como ainda vives em mim
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