Poema perdido
Data 12/11/2021 03:38:58 | Tópico: Poemas
| Este poema perdido na tarde se perfaz no que eterniza Suas figuras simulam a vida real em ritmo e em pulsação Cada verso escrito jamais voltará qual signo inescutado Nos lábios do vento, ferindo a mansa tristeza do silêncio
Sigo na busca dos gestos esquecidos, do fogo da aurora Desse teu corpo de lágrimas e louvores ao som da flauta Do real iluminado na visão deste voo, transpondo limites Do rumor poético das palavras o poema perdido nascerá
A espécie fugaz dessa nua essência deleita o pensamento Que me traz o brilho da noite para incendiar os segredos Como quem transpõe o espelho para ser a própria imagem Tornar-se avatar de um sonho numa infância interminável
O poema perdido escreverá, não por mim, todas memórias Mesmo anônimas ou esquecidas, pela dimensão do abismo Nessa pulsação da alma imortal que o alimenta no espaço Transmutado em pássaro retorna ao pouso de onde partiu
O fulgor de teus olhos rasga minha eterna noite interior És clarão e abismo, és meu equilíbrio de real e de sonho Minha porção de humanidade, soma do finito e infinito A figura despertada na própria fábula tal centelha viva
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