A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte II)

Data 29/04/2008 09:54:40 | Tópico: Prosas Poéticas

Cega-se-me a vida quando leio algumas palavras tuas, perco-me num infinito de arrogância, de ignorância, de loucura momentânea. Sinto no corpo as chicotadas que cada letra me dá por ter estado tanto tempo sem perceber o seu verdadeiro significado... apetece-me recomeçar tudo de novo.
Não se será o peso de alguns anos a mais, se medo puro. Medo de te ferir, por um dia ter pensado que não servíamos um ao outro.
Mas as almas parecem encaixar-se na perfeição, o borbulhante sentimento apaixonado quando partilhamos a mesma Lua, o mesmo céu azul e sereno ou até mesmo as chuvas mais copiosas que nos possam atingir, juntam-nos num só respirar.
Entrego-me ao teu destino como se fosse algo inevitável - sei que o é se quisermos - e entrego-te o meu se um dia o quiseres partilhar. A felicidade que encontro nas tuas palavras excede-se para além de qualquer coisa neste mundo, ilumina as sombras que nos perseguem e que tendem afastar aquilo que não é nosso ou que talvez seja, mas que nos ultrapassa.
Pensemos apenas que já não falta tudo e que a cada dia o futuro fica mais próximo, vamos viver esta vida até lá.
Eu, por mim, todas as noites vou contornar o teu sorriso com o meu e lembrar o teu nome letra a letra até me cansar, como se tal fosse possível.
Lembra-te apenas que serás sempre a mais bela flor que embeleza o meu mundo, a mais doce melodia que embala o meu sono, a mais suave carícia que preciso para me sentir vivo.
Sabes? Sinto-me rejuvenescer quando te olho! Tiro os olhos dos livros, vou até aos meus ficheiros fotográficos e passo longos minutos a apreciar a tua beleza exótica, o teu ar despreocupado de menina reguila e simpática, o teu sorriso atraente e cativante que muda o estado de espírito de qualquer um.
Talvez devesse perder uns anitos, rejuvenescer a sério e voltar aos meus vinte anos, voltar a ser jovem contigo deveria ser algo de maravilhoso. Sentir-me assim já o é, portanto...
Não deixo, no entanto, de sentir um certo receio, quanto à fragilidade deste nosso assunto, será da idade?


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