Esperança

Data 29/11/2021 18:54:35 | Tópico: Poemas

O luar cor de prata emoldurado desse céu azul-profundo
Espalha sua luz quieta sobre a noite da cidade dormente
Nessas noites que abrigam os mistérios desse único olhar
E responde na clara eurritmia, uma inescondível melancolia
Quais suspiros célicos e límpidos, são salmos desta prece
Para ventar os cabelos da amada, que eu quero acariciar

No calor de cabalísticos segredos ou na paz deste verso
Estico as asas para mergulhar nesse céu de ares revoltos
O coração errante do poeta responde com sorriso algente
Ó virgem lacrimosa, pousarás o teu beijo em minha boca?
Quando não estás e sinto o amargo da saudade que vem
Darás a este teu vassalo, o sabor de teus lábios fugidios?

Admiro o luar, ora azul lá fora, na espera da tua chegada
Quem poderá depor se já é tempo das horas mais calmas
O céu é o céu, minh’alma que muda a passo de teu olhar
Por vezes está em festa, enfeitada, cheia de bandeirolas
Noutras anoitece atroz, tal um frio deserto sem emoção
Nessas noites vãs, cada estrela é um ponto de esperança



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