Que saudade de ti mar, tão vizinho, tão remoto a mim Admirável monstro azul-esverdeado através do mundo Senhor de todo o nostalgismo, de todas as plangências Abrigas nessas tuas profundezas as cintilantes pérolas Também multicores corais, abrigos de vida e encantos Teu mundo é vivo, palpitante, em ti geram-se prodígios Mas, se o titânico Éolo fustigar a tua pele adormecida Tua fúria destruidora de Leviatã intimidará as nações Mas na beleza de tuas vagas que se curvam aos ventos Outorgas a estranhos cavaleiros, que caminhem eretos No vaivém das ondas. Confere-nos turbilhões musicais No indefesso fluir das espumas ávidas de beijar a areia À tua solenidade tantas páginas de versos se escreveu Aceites mais este, singelo, a florir convocando o verão Mar triunfal, ocultes toda dor das areias ao horizonte Mas, mostres toda emoção que só os pores-do-sol têm As areias do tempo são levadas pelos rios da mudança E porque os rios correm ao mar, Netuno quis minh’alma Pois eu repouso sereno entre as luzes dos teus ocasos
|