O Poema

Data 17/12/2021 01:01:19 | Tópico: Poemas

Meu poema não nasce do sono, nem de indigentes palavras
Meu poema nasce sem nome, dispensa projetos herméticos
Nasce da solidão que me habita e de clandestinas alegorias
Vem de meus transes, qual trouxesse um presságio invulgar

Meu poema se forja no aço da vida, a superar meus medos
Meu poema se alumbra com a luz que ilumina meus gestos
Nasce por todo canto entre as tábuas pisadas da memória
Vem de pequenas sementes, germina onde a beleza estiver

Meu poema resiste ao silêncio que, transido, o estrangula
Meu poema não tolera a indiferença, o morno, o ambíguo
É a prece que se murmura na cruz do oblívio das paixões
Vem bailando nas nuvens, nos cânticos das quartas-feiras

Meu poema se faz com a marca de quem procede do fogo
Meu poema transita pelo bulício das tardes de primavera
Para iluminar a bruma das almas e para regá-las com vinho
Gerado no mar, mas aprendeu voar no espaço sem limites

O poema é um cântico feito com os vocábulos mais azuis.




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