No dia seguinte ninguém morreu
Data 12/03/2022 12:29:51 | Tópico: Poemas
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No dia seguinte ninguém morreu, Por preguiça de morrer ou prodígio, Inércia da morte, renúncia também É pecado mortal, a opção será viver
Segundo o acto que dá expressão e conserva A vida, banal e doce, estúpida, despida E bruta, consoladora confortante conservadora Embora isento do tédio peculiar em nós, é a
Dor do convicto, o parto com letra de meia trança E em viés vem o resultado dourado e tardio, Pingos do telhado já na bonança, assédio de Gota a gota como numa fingida dança, o trio ...
Folclore garrido aos portões da referido Garrote. injúria é escutar lest'o vento, convicto D'ouvir soar todos os "sins" do mundo Em conjunto, amalgamas de ferro e lata,
Analogias não têm data nem produzem Som que bata a dignidade de quem já É ridículo quanto basta, extra plana A madeira é o estrado do que nada significa
Em vida, senão podridão e orgulho postiço, No dia seguinte ninguém morreu senão O espaço entre mim e eu, e isso não vem Ao caso, a imprecisão não é mimética
Nem a ciência é eclética quanto a secura minha De boca que infusão de alho não cura, Sou fruto de cansaço duro e por quem Os sinos dobrarão senão por mim? como se
Falassem de fantasmas sem sombra nem Sobra ou como se alguém tivesse na forja Envenenado o caldo, a sopa da pedra, A ignominia não constitui memória viva
Para quem vive desigual e com instinto De surdo mouco, repudio ambas partes, Tal qual gato sem dono real nem idade, Escondido das rolas como tod'a feliz
Fraca gente, mal paga é a castidade Do indigente de rua e a força bruta Que já ninguém admira senão eu, (Qual intermitentemente me calo,
Mais perante a galga desonra que'agora À boa, insofrida morte) …
Joel Matos (12 Março 2022)
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