O facto de respirar…
Data 17/12/2021 20:29:14 | Tópico: Poemas
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O facto de respirar …
O acto de respirar pod'nem ter poesia, E o que realmente não tem, não pode, Nem faz parte, é a vontade contida, vil Assim como um suster de respiração,
De quem vive sem respirar noite'dia, Supondo sonhar por completo, de Cada vez que respira por dever, seja Por aval ou por decreto sabático do
Umbigo, não sente a essência que pariu Do luar tão longe, o ar aqui tão cercano, discreto Sem ser dia demarcado, feriado d'arcanjo Sem função, inté’pode ser domingo, santo
Meio d'tarde marcado a chuva mediana E vento potro, folhas rasgadas dum outro Livro macabro, o apocalipse segundo O anticristo dos crentes, seguro facto
Benevolente segundo outro indigente Messias, Mariano e antigo na solução De mistérios, enigmas banais da vida Onde a respiração tem ritmo próprio,
Age p'la renúncia a ela mesma, sofre P'lo facto de respirar pra dentro, ironia Da culpa não do destino, sem bilhete e Tornar de volta semelhante a "acto-fim-
-De-peça" o "bis"(em que o diabo de quatro, O actor, volta sempre à cena, assumindo Quem representa, por vezes Fausto ou Hospeda Job entre paredes falsas de quarto)
Eu queria ter nos olhos o vidrado fosco Da demência mas vieram roubar- Me a paz, as aves, aquela saudade benevolente, Verdadeira, real que mais não verei,
Nem nunca inspirarei por vontade, vaidade Análoga à própria ideia que faço, falsa verdade De mim mesmo quando respiro ou bocejo, Já que não dependo senão do que o destino
Me dita ...
Joel Matos ( 17 Dezembro 2021)
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