"Statement" de um hipócrita

Data 07/01/2022 16:32:43 | Tópico: Poemas







"Statement" de um hipócrita ou simples declaração de estado de sítio ...





O tema de hoje é a criação de diferenças por indefinição e apenas peca por demorado, tardio este meu respingo quiçá esquizofrénico, talvez apenas uma simples "declaração de estado de sítio", quero dizer o que há muito tenho dito e venho dizendo, não considero global, parcialmente nem parcimoniosamente outros como meus iguais, sejam os pares monogâmicos, ilíquidos, idílicos ou no sinónimo de ilegais ou iguais interlocutores, somos dramaticamente diferentes e não limitações fronteiriças e indefinidas de outros.
Conduzi-me displicentemente a este desleal espaço da matéria física, serve-me de um sincronismo paralelo necessário, só apenas somente e consoante, assim como outros consonantes tal como uma memória viva, vivida e cirúrgica, não fiduciária, qual utilizo sem parcimónia para albergar liturgicamente o que digo e o que escrevo bem e muito bem, me descrevo e escrevo (melhor ainda do que penso) sem filtros , porventura para memória futura, assim como um livro impresso para que este não esmoreça e se perca por covardia girina e geriátrica, se desgaste por coeva incúria ou parta nos maus caminho, como fosse produzida em vidro fundido, em cristal cadinho de Condes de Limoges, Condessas dos Genitais de Tormes.
Avanço "por I'avante" e proveito para dizer, para partilhar o que de melhor faço e quiçá se faça na língua que manifesto pelas largas narinas quando respiro, pelos poros, meus pelos do peito não são pretensiosos, não pretendem nem aplausos nem urros, desdém ou repressão e muito menos de quem não faz parte da invicta, imodesta e restrita casta que cultivo p'los cabelos; respeito-os como meus anfitriões/amigos e fazem parte de um circulo muito estreito/ restrito, exclusivamente considero como meus relactivos uma pequena faixa de "meia-dúzia-de-três" poetas/escritores e só a esses aperto as mãos, o colarinho com atilhos luzentes, só estes me emprestam o coração até fazer dor de cheio, apenas por eles tenho carinho e sinto companheirismo e com "esses-eles" faço-me ao caminho mesmo no meio de enxurradas e de agreste mau tempo.
Desfrutem hoje do meu "Bomtempo", apreciem-no não apenas para diversão matemática mimética, progridam gramatical e mentalmente e cresçam tendo meu gigante colo, no que dou "de borla", "de graça" e sem cheques nem achaques de matrona ou parental superioridade, o génio "suis generis", o adagio "sine-qua-non" já que a inquieta, completa loucura provem de um mesmo frasco físico, redoma ou recipiente orgânico, a linha que me divide do "nós" é ténue na voz e silente no dolo, doloroso o choro, a dor quando me desprendo, despenho por um ou do outro lado e derivo como por uma ribeira de cascalho, derrocada sem pés ou suporte, esteira rota, à minha volta tudo é caos e derrota, sinto-me um hipócrita descontrolado quando digo ou peso "à-rédea-solta", o que me vai na alma, sei que não quero arcar com o peso de um bolo inteiro nem a profunda ressaca de tinto velho, não invejo tolos nem mastodontes sendo eu pequeno paquiderme, figurante sem figura de gente, do metro e meio em frente sou um oxidante de ferro em fuligem, faço como que do fogo uma arte maior.
Aflige-me a mediocridade silábica do altifalante, a preconceituosa e aquela sem casca, a autoritária "adictora", a "incesseridade" confrangedora monogástrica, sem casta, desprezo com o dedo grande do pé direito a dança dos penicos, pois sou destro do lado direito do pénis, as "idiocrasias" associativistas, as seitas do garrote, os pescoços estendidos dos pançudos, assim como as pseudodemocracias "contaminativas" patronizadas, os normais padrões são para mim uma normativa pictoresca e pictórica que tento evitar a todo o custo e custe o que custar embora nada me amedronte com facilidade, senão a agilidade com que penso ser eu quem se detém parado mais próximo da loucura, quase lhe toco, ela me cura embora me aflija sobremaneira e me dê secura nos cantos da boca, na uretra e quando mijo visco destrutivo a vermelho num agridoce bem salgado, cor do trigo mouro e do rodapé saloio do sítio onde me demoro.
Protocolos ornamentais à parte, convenci-me da inevitabilidade social sórdida e quotidiana e assim convivo nesta decadente e eterna estalagem o melhor que sei com muitos felizes parvos e paranoicos delirantes e alguns demagogos com a mania religiosa exacerbada com seus escassos sequazes e insisto na evidencia mística como prova de pouca força e da confiança intima que não tenho nem me reconheço, todavia não me abstenho do teatro intimo como se fosse uma necessidade imperial, um alimento divino e uma prova de vida, a realidade me alivia por não ter para já nenhuma solução à vista.
Branco tinto … Estou devolvendo, sem cerimonial altivo, em branco, calvo e livre de ónus paradoxais garridos, festivaleiros, o extraordinário presente que acabei de receber de mãos tão generosas quanto carinhosas. Um antigo admirador meu dizia em tempos (há mais de cem anos) que a poesia era passível de escanção, bem como os perfumes que "de per si" flagram, emanam e se combinam, pois estou convencido que a formação de sílabas segue a mesma fórmula do "bouquet" dos vinho maduros brancos retintos e a constituição fonética, mesmo quebrando tabus ou regras do bom senso compreendem estas, surpreendem numa efusão gástrica de sorotipos, não em branco papel, mas voluptuosos e fecundos como pensamentos linguísticos ainda mais se a terra for arável e agradável ao sol poente, vivificante a critica e criteriosa a escolha das bagas uvas.
Sentimo-nos alfaiates de palavras, afivelamos aromas sabores, sensações sentidos e sentimentos paixões como sovelas de espinhos nas roseiras e nos bicos dos papa figos estivais e pagãos, pregões sem regras de qualquer espécie, para escrever duas linhas, pois é isso que devolvo duas linhas de prosa poética em branco calvo e livre, pois o que quero dizer é simples , a nossa capacidade de criar não pode ter peias nem limites poderemos imaginar Ofélia sem Shakespeare ou um magnificat sem orar a um só Deus como simples e vulgar gente que somos, apenas simples mestres comovidos com a vida, inalteráveis quanto um bom mosto de vinho maduro tinto ou branco mosto…
Branco tinto
Final Feliz ou o ângulo morto, o essencial ou fundamental não são o possuir nem o guardar, a ânsia é uma moldura desgastada, monótona e monogâmica, uma crueldade para o espirito. Não é vital ter, mas dar, a pedra basilar, o gozo será o ultimo reduto, refugiaremos as nossas lembranças prolongadas num "status quo" cujo único desígnio ou propósito, o sopro final será a libertação, a graça divina, um magistral "magnificat" chamemos-lhe o que chamarmos ao eterno, ao "finalli", ao alvo, ao fulcro das nossas existências que é ser apenas e simplesmente homens e mulheres plenos de emoções. Querermos ser aceites cega-nos, encerra-nos em embrulhos selados, fechados e herméticos, sem paladar, ínfimos espaços, casas terrenas e térreas plenas de dúvidas, mononucleicos monoparentais refúgios de mundos múltiplos, escravizam-nos pouco a pouco nos nossos melodramas básicos, como se fosse num pó fino que se nos aglutina na pele e impede de flutuar entre outras possibilidades. Eu sou, tento ser, espectador vivo, víscero e sincero de tudo quanto escrevo e, ou é sentido por mim, ampla e absurdamente, abundantemente até ao sufoco, não guardo o entusiasmo nem a má gordura/candura na borda do prato, consumo o prazer do que digo e penso sem modéstia embora saiba que me mato de satisfação e com gosto, deleito-me com a satisfação de quem escreve muito e experimenta experiencias paisagens de outros mundos universos que em nós possuímos sem que nos apercebamos espontâneos simples e nus, o final feliz, o "escapar à morte".
Estou devolvendo, sem cerimonial altivo, em branco, calvo e livre de ónus paradoxais garridos, festivaleiros, o extraordinário presente que acabei de receber de outras mãos. Um antigo admirador meu dizia em tempos (há mais de cem anos) que a poesia era passível de escanção, bem como os perfumes que "de per si" flagram, emanam e se combinam, pois estou convencido que a formação de sílabas segue a mesma fórmula do bouquet dos vinho maduros brancos retintos e a constituição fonética, mesmo quebrando tabus ou regras do bom senso compreendem estas, surpreendem numa efusão gástrica de serotipos, não em branco papel, mas voluptuosos e fecundos como pensamentos linguísticos ainda mais se a terra for arável e agradável ao sol poente, vivificante a critica e criteriosa a escolha das bagas uvas.
Sentimo-nos alfaiates de palavras, afivelamos aromas sabores a mel, sensações sentidos e sentimentos paixões como sovelas de espinhos nas roseiras e nos bicos dos papa figos estivais e pagãos, pregões sem regras de qualquer espécie, para escrever duas linhas, pois é isso que devolvo duas linhas de prosa poética em branco calvo e livre, pois o que quero dizer é simples , a nossa capacidade de criar não pode ter peias nem limites poderemos imaginar Ofélia sem Shakespeare ou um magnificat sem orar a um só Deus como simples e vulgar gente que somos, apenas simples mestres comovidos com a vida, inalteráveis quanto um bom mosto de vinho maduro tinto ou branco, branco tinto.
Sensibilidade e inteligência ou aversão ao velo, passível nos animais lanígeros e a abominação dum belo velo lanifício, bem estruturado em formas verbais, físicas ou em formato de velcro industrial, assemelham-se à assombração do freio no palato e do feio linguístico na pratica equestre e do ponto de vista verbal, do cabresto, a negação de outros sons, são do meu ponto de vista, vituperas actitudes, agressivas práticas egoísticas tal como uma doença mental de misoginia, como quem tem dores de barriga e caga arame farpado sem perceber que está tendo cólicas de prisão de ventre.
Mais como uma dose de desconforto e de ansiedade estética faço o resumo do que foram os meus inúmeros renascimentos com aspirações e inspirações de outras eras no decorrer de alguns passeios nesta que tanto me emociona com desapego, um desapego próprio de quem se sonha vestindo um manto régio que só eu vejo.
Vemos quase sempre, de dentro pra fora da janela quando a chuva cai, se o autocarro vem nas horas tantas, da vizinha no prédio da frente, se vai nua e jamais o conteúdo das várias gavetas, o cotão e a ideia virgem de verdade contida em diferentes compartimentos bolorentos da casa, da sala, sob as janelas dos pisos inferiores ou superiores sendo o nosso pouco acima dos rés-do-chão e por vezes em andaimes feitios de vulgares arames com ferrugem , no caso da minha escrita pouco convincente, a vulgaridade é contígua, é e continua sendo o meu lar, a demagogia é o meu teatro intimo mas não me considero insensível ou mesmo fútil ao ponto de soçobrar num objetivismo subjetivo que é uma espécie de cadeira mestra que levo comigo pro outro mundo apesar de fazer um esforço monstruoso e do outro mundo, pelo desconforto, mas não sou invejoso, desejo acima de tudo que me inspirem, não pretendo ser um fosso, um poço de sabedoria indigesta, uma fossa fedorenta.
Não me perdoaria sem que falasse de argumentos seria quase imperdoável para mim mesmo não seguir os meus primários impulsos de sensibilidade versus bom senso, não sem compreender o que me interessa e a beleza que tem para mim expor a razão pelo que tem de racional e sensível embora possa parecer inconcebível a sensibilidade ao Ré, por exemplo em alguma e outras absurdas notas musicais audíveis noutras divisões ou noutro quadro do mesmo apartamento, numa outra gaveta ilógica com um freio linguístico formatado em MI ou FA, duma outra espécie peculiar e lanígera mais ligeira, genérica, básica, gutural profunda.
Gosto de quem se exagera, de quem entra em pânico, de quem se nega, amo e odeio quem duvida de si mesmo, e às pessoas que duvidam p'las meninges do peito eu deixo um recanto na minha simpatia (pouca) e a disciplina mental preguiçosa, tardia como um lamento da minha fraqueza pra não chamar covardia ou defeito, pois que também duvido que haja luz e que me faça sair livre enquanto janto sentado e nu, lívido e sem qualquer jeito.
Gosto de quem se exagera, de quem entra em pânico por tudo e nada, de quem se nega de quem manda a vida "por um cano", dos epilépticos deste mundo outro, prefiro a verdade, opto pelo autoconhecimento dos outros ou melhor ainda, escolho a real realidade embora essa nem seja minha nem consistente ou antes feita do que as minhas noites vão cheias - do brilho na lua cheia, eu de dia sou um oval oval, um aval nulo, mero extremo de Narval e de tudo, separado por duas linhas contíguas e com um destino igual, externo ao caminho que me sugeriram de forma implícita e explícita.
Tudo me é alheio, do que sinto ao que penso, até sossego é o inimigo na forma da paz que não sei explicar, falta-me o ruído pra pensar sem pensar, a auto avaliação da carraceira deprimida ao dorso do búfalo, falta-me o fechar do postigo para a auditoria das contas e ignorar o autoexame de consciência.
Chego com alívio à conclusão que a propriedade material da coisas e do que tenho dito è aparente e é de aparência do que tenho vivido, o que me tem feito viver, volto depois ao prefácio sem registo do que disse, totalmente perdido numa desvantagem, essa também aparente, aparentemente ferido, fingidor fictício, falso falsificador, hipotético filosofo, falácia sem fim nem inicio.
Nada surge do nada “Ex nihilo nihil fit” e eu“Não sei ser útil mesmo sentindo” excepto talvez quando nos ouvimos pensando entre o desequilíbrio e o sonho, assim como um “sui generis” colibri parando de flor em flor, pois as mensagens são como eternas libélulas para quem as sabe decifrar e mesmo as curtas pausas, os voos sem causa, rumo e as pontuações caladas na pele da gente são agentes secretos das palavras dadas, emprestadas a nós por d’outros e assim sucessivamente até ao fim desta espécie falante mas não omnipotente, hominídeos q.b …“Eu jamais parti”.
Longa vida aos realmente poetas "Ipsis verbis", Infelizmente ou não, por prática, misoginia de opróbrio, aprendizagem ou negação parcimoniosa, primordial de mim mesmo, desafecto etc. "In vitro" contive-me neste "charco", parco aglomerado de admoestações mal fundidas, urdidas censuras, bífidas, pérfidas, cáusticas, contendo meios sorrisos, correndo riscos, entre os quais o de perder uma parte importante, substancial e significativa do que pode ser ou não genial, morto ou uma simples loucura febril sem alma nem sal, salmoura labial e prosápia quanto basta, porque isso pra mim tem um peso, e a dor… a dor de uma amena cesariana, supondo que o parto natural seja mais doloroso, mas isso não conta quando "Há um vão à minha espera", não me considero imagístico, sou um fraco diletante discricionário, obstetra de estufa e de estultas pseudo-almas, comuns em mim, estas me definem e definham em mim, não menos que um caminho, um cadinho sem reagente piro-plásticos, os vossos e esses agentes modificativos ou provocativos são os inglórios e agnósticos estados de alma com os quais me masturbo frequentemente, me perturbo e tento dar consistência, consciência circunstancial do que de real nada tem.
"Ipsis verbis", sou de facto afeto e fervoroso militante do que mitigo, limito-me simplesmente à analise do que desejo fazer e não do que faço, investigo e instigo, mais propriamente inspiro-me superlativamente ao vir-me no que digo, embora não veja nem deseje o láudano ou o mórbido, pérfido mérito de flutuar entre quem não me confesso, sobretudo não admiro de sobremaneira ninguém nem nada, sou solitário e solidário qb. pois todos são altos e dignos a seu modo, na sua acção, à sua razão relativa e reactiva, são a seu modo, o embrião discricionário de mim próprio e lembram-me, criam matéria urdida e material nítido, sal nítrico explosivo para a minha perspicaz desfaçatez e também o absoluto princípio, o "príncipe" desta e de muitas outras vezes, pois quem olhar de través sob a mesma e a própria sombra ou veste é quem olha do mais profundo da alma, é o álcool, a fala da sereia, a respiração do íntimo do qual se criam logros, obesos ou filosofias desestabilizastes do sentir vincendo ou do vigente, actualizado paradigma cefálico.
Pois eu preciso de me separar dos olhos pra me ver no movimento deles enquanto durmo deitado, eu sentado sobre duas vendas numa espécie de inacção vudu suspensa, como dois disciplinados girassóis que se reconhecem pela silhueta, qual se eleva acima no horizonte, como que num acto solitário de domínio sobre ela mesma, um recado.
Às pessoas que duvidam p'las meninges do peito eu deixo um recanto na minha simpatia (pouca) e a disciplina mental menos preguiçosa, tardia como um lamento da minha fraqueza pra não chamar covardia ou defeito, pois que também duvido que haja luz e que me faça sair livre enquanto janto sentado seminu, lívido e sem jeito, dor é um invisível traje ...










Joel Matos (07 Janeiro 2022)










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