Por favor, não o façam em segundos...

Data 30/04/2008 12:22:46 | Tópico: Poemas -> Surrealistas

Perdi a conta
às divisões de tempo
que nos ensinam na escola da vida,
em que o escuro
era o prolongamento natural
do Sol
e seu substituto.

Protegida do sócio,
que se droga e a vende;
violada, amantizada,
roubada, algures
no âmago de uma escada,
que não me atrevo a subir.

Como uma ave
numa gaiola sem grades,
confinada na cave
da minha infância.
Do meu progenitor pari sete,
sorte ser boa parideira,
azar não ter morrido,
eu que nunca vivi.

Quantos bocados de tempo
terão vinte e quatro anos?

Por favor, não o façam em segundos...


O horror ou qualquer coisa mais...
Quando cá em Portugal se comemorou os 34 anos de liberdade, na Áustria foi descoberta uma mulher que se viu tolhida de movimentos pelo próprio pai durante menos 10 e teve sete filhos dele.
Era para a proteger da droga, alegou o Pai às autoridades...
Custou-me tanto classificar o texto!



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