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 Viagem ao SulData 03/02/2022 17:06:39 | Tópico: Poemas
 
 |  | Quão líricas serão as palavras que se desprendem De minha boca nestes horizontes e ocasos rubros
 Inspiração altiva e precária que tocada em beleza
 Que estive assistindo lá do céu, nas asas do avião
 Vem me rodear e me envolve neste pássaro de aço
 
 Quão rudes seriam tais vocábulos se improferidos
 Se o arco-íris não viesse colorir a garoa vespertina
 Se no mistério da lua, não haja signos em ascensão
 Cavalgaria, solitário, no dorso da noite emudecida
 A desfazer todo quê de secundário que me habite
 
 Tanto mais resisto, mais se firmam razões a resistir
 Trajo-me de um azul profundo para seguir adiante
 Bem além de onde as lágrimas dominam silenciosas
 Levo comigo um amuleto da sorte oriundo do mar
 O que era silente na madrugada, o verso desperta
 
 Fala deste poema, da aurora, qual impera nos vales
 Diz do alazão que, indomado, galopa pelos pampas
 Suas crinas esvoaçantes, como pássaros arribados
 Do olhar da prenda flui o sonho, o dia incendiado
 Um calor inusitado, iluminado nas luzes de janeiro
 
 Meu exercício é reinventar-me, e só me reinvento
 Pelo anseio que me ouças e a palavra ganhe magia
 
 
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