Amargura

Data 07/02/2022 23:39:05 | Tópico: Poemas

Sua pele era muito clara, não pálida, mas delicada
Seus cabelos dourados, aéreos, caiam aos ombros
Olhos de esmeraldas entre lágrimas, eram ternura
Seus olhos semiabertos, se faziam luzir de volúpia
Quando me olhava de lado fingindo-se de zangada
Cruzava os braços e os seios afloravam no decote
Era qual delírio, raros instantes em suave martírio
À espera de beijar seus lábios vermelhos de desejo
Trêmulos ao tocar os meus qual um coro angelical
Porém a verdade deve ir além de todas aparências
Agora é só silêncio de morte, só tristeza e solidão
Brutalmente desperto de um sonho, fria realidade
Tudo que restou, está tão somente em meus olhos
Toquei teus lábios, descobri que estavam tão frios
Nosso abraço não tinha teus braços a minha volta
Nada mais existe além de meu incessante desvario
Teu olhar, indiferente e fixo no vazio, é tão outro
Apesar do tempo presente, tudo ficou no passado
Na minh’alma de poeta, só ficaram raízes inférteis
Cicatriz que perdurará, noite a noite, hora a hora
O que sonhei ventura, nunca passará de amargura




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