
Poemas de Sorte e Morte
Data 28/03/2022 21:32:18 | Tópico: Poemas
| Vindo do nada, de repente Silencioso e quase invisível O vulto passou-lhe à frente E mostrou-lhe um fim terrível
O seu pensamento era vazio Um mero ponto no universo Outrora com o brilhar luzidio Saído da força de um verso
A adaga, macia e afiada Fatiava-lhe carne e valentia E a vida, já desconfiada Ia-se-lhe, lenta morria
Num último fôlego, num bafejo Retorquiu as suas orações finais Despediu-se no único desejo De não morrer nunca mais
As mãos trémulas e enrugadas Tentavam agarrar as negras vestes O vil carrasco às gargalhadas Jurou-lhe a morte com mil pestes
Seus olhos pestanejavam de dor O corpo cedia ao próprio exorcismo Na salvação nada cabia, ou amor Do mundo não sabia... perfeccionismo
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