À Toa

Data 30/03/2022 14:02:36 | Tópico: Fados

Silêncio meus poetas, canto-vos um fado
que nasce das minhas mãos, vazias e gastas
pois nada mais me liga, ao frio do passado
àquelas velhas mágoas, que choram as desgraças.

Que a vida quando dói, não pára de doer
e a Alma cansada, entrega-se vencida
digo adeus sem despedida, que fica por dizer
num cais d'águas paradas, tristes; proibidas.

Deixarei meu fado, nos braços da saudade
na memória dos teus olhos, feridos e vazios
sigo à mercê do tempo, do vento e da idade
com esperança digo adeus, e as mãos cheias de frio.

Ricardo Maria Louro
(Para o Fado Nóquinhas)




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