Ocaso

Data 05/04/2022 13:06:10 | Tópico: Poemas

Sento-me ao lado dos pássaros
idos
onde desaguava o azul
em que nos procurei.

Abril acontecia
na voz quente
e louca
de palavras roucas

a razão perdia e eu lia
nos teus olhos
o encantamento do amanhecer.

Sonhei um abrigo debaixo
da tua pele
e no meu olhar lavado
tingi de verde
um espelho de orvalhos e de fogo
reinventado.

Calei o tempo
da voz gemida da floresta
ousei os segredos das aves
perfumei o pensamento de papoilas
e girassóis.

Mas há sempre
um silêncio
onde morre a primavera
e o ocaso se multiplica.



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