
Na Parede Da Caverna
Data 07/04/2022 02:58:42 | Tópico: Poemas
| Era noite, argêntea a lua Triste sina, alegoria Feito rocha lá no fundo Da lagoa de água fria.
Era fado, desventura Tocha acesa, Grécia Antiga Na parede da caverna Uma sombra refletida.
Eram várias, mil pinturas Mão criada em solo agreste Vaticínios na gordura Em pinturas tão rupestres.
Era um sino, um sinal De um futuro promissor Para o débil animal O que ousou ser sonhador.
Cai a tarde e invade o dia Sinfonia em costa verde Devorando a fantasia Fabricada na parede.
E era meu. Agora tu Descobrindo multiversos Descobertos corpos nus Decantados nestes versos.
Sem saber quem tanto foi Quanto tempo a "Disparada" Na boiada quanto boi Qu'inda aguarda ser marcada.
Sendo boi e sendo um homem Sem saber qual homem era Pois um homem mata a fome Na parede da caverna.
Pois um homem, sendo um homem, Tem um pouco de homem-fera Mata o homem que o homem come Beba o sangue e o corpo enterra.
Uma tocha? Quem a traz Sem saber que sombras eram? Pelos pontos cardiais Quantos contos compuseram?
Não me atente, Satanás, Quando eu estiver sozinho Em desertos descobrindo Quanto bem que o mal me faz.
Se sou cego e sou surdo Não existe quem me pega Pois pior cego do mundo Sempre foi quem não se enxerga
Quem não tem o brilho solto Quem desiste quando erra E quem tem voltado o rosto P'ra parede da caverna.
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