
VIAGEM PRA DENTRO DE MIM
Data 02/05/2008 01:50:29 | Tópico: Prosas Poéticas
| Meu corpo vaga, se esborracha em sensações... Inertes em mentes pobres como isopores indiferentes. Enxergo-me ali em um pedaço de pedra bruta, cuspida e nojenta pela indiferença. Tento expurgá-la, pulá-la, chutá-la... Nada sei,desses casos em que a mente encontra o desconhecido... E o remanso do rio é a coma da mente. Que serei eu então? Um pato rouco tentando dar gritos? Um asno tentando ser inteligente? Uma moita pra abrandar as cólicas da estrada? A espingarda do sexo ou a que mata coelhos? O que serei em meu mundo desconhecido? Viajarei por mundos distantes e pegarei estrelas? Mergulharei em uma onda gigantesca? Ou será que irei até o céu e me desmancharei em nuvem de chuva? Pedirei muitos anos de vida, ou uma capital sentença? Viajante pela boléia de caminhão, engolindo poeira? Cheirando suor e comendo calango? Será que agora estarei em Londres, Tókio, ou em uma vala profunda? Será que meu tempo é precioso? Então farei barganha, e o venderei? Será que agora estou aqui a coser um bordado, ou a ler um livro de livre arbítrio? Que seria de mim se fosse louca, ou deverei sim constatar isso, sou sim, e com muito orgulho... Quero a loucura dos ébrios, das tormentas, das transfusões de almas, das insônias, das Samaras e sentinelas nas colméias; dos cachimbos da paz que mata inocentes! Quero pisar num campo de flores de alfazema e as fazer de travesseiro; Quero me cobrir de lava dum vulcão, e queimar meus poros em febre... Se de tudo isso que eu aprendi a conhecer de mim, encontrar a insanidade; cheguei lá onde queria, pego as malas e as desarrumo, pois serei uma viajante sem volta...
" Que se dane a estética, a forma e o conteúdo nosso de cada dia! Que se danem os críticos ridículos que se escondem em letras infames. Que se danem os ingratos e invejosos seres que puxam o tapete alheio. Que se F tudo, porque eu saí da linha!"
Publicado em: 03/11/2006
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