O poema que nascer pelas tardes de outono Virá para eternizar palavras nos seus versos Contando do que ouviu dos lábios do vento Que sussurra enigmas no silêncio vespertino Já secou o orvalho que molhara as floradas Lágrimas e memórias, antigos sons de harpa Enquanto sigo na busca do gesto esquecido Que pertence só aos corpos macios e gentis Nos quais existe viva a eterna alma feminina O poema vai nascendo, para iluminar a noite Se tem a cor da aurora, o sabor é de poente Conquanto nasce por mim, não me pertence Escreve para homenagear nomes esquecidos Até mesmo os anônimos de portos distantes Segredos de nossos desatinos quase infantis Que fulguraram em nosso coração sonhador E fizeram poesia do que seria apenas palavra Os versos do poeta são feitos de eternidade Morrem toda noite, renascem ao amanhecer
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