Poema interrompido

Data 11/06/2022 13:30:39 | Tópico: Poemas








Subíamos a avenida
imensidão de luz coada
pelos fascínios que o outono trazia.
E dentro das mãos
levávamos melodias.

Em redor
o silêncio
a ilusão da paisagem deserta.

Atravessámos a invernia
a chuva abundante
horas somadas de relâmpagos

e a linguagem dos teus olhos
que
por dentro
eu vivia.

Mas abril descia
a luz imensa descia
e desciam as melodias
águas mil
instantes de ventos

e ecos a sobrarem da vida que caía
dos aromas da inocência.

O tempo a ir
dias atrás de outros dias

e tu a ficares
memória
poema interrompido.

Instantes de ventos
águas mil

a regressarem ao coração do silêncio.










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