Areal

Data 29/07/2022 11:05:54 | Tópico: Poemas

O ósculo do sol na superfície do areal
Reflete luminescência nas pedras nuas
Num caleidoscópio de cores cruas
Em lisérgico desvario surreal.

São alvejantes lençóis pedindo azuis
Descobrindo brisas em mares de espumas
Num desfilar de nuvens debutantes metamorfoseadas em formas sem vergonha nenhuma
Que brincam, acarneiradas, com a dança vibrante da luz.

E sopra o vento intenso agitando o coqueiral
Fazendo o bailar de ondas se perder nas dunas
Espetáculo natural do areal
Que, excitado, emite eflúvios e incensos



Paraíso de areia branca e de sal
Banho de brisa em praias impolutas
Pés passeiam na brasa tropical
Beleza natural das belas dunas.

São lençóis, são exóticos azuis
A mistura de brumas com a luz
Das espectrais espumas.

São sopros intensos
De ventos prometidos
Eflúvios dos incensos
No Norte nascidos.

São belos porque belos são
Aquedutos naturais
Arquitetura de deus pagão
Quedo das alturas celestiais.

E deito meu olhar cristão
Ao beijo do céu e do areal
Em festa fica o coração
Liberto estou de todo mal.





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=363247