Restolho Ardido...
Data 23/06/2022 20:18:02 | Tópico: Poemas
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Será na morte que os Homens se distinguem Dos indistintos e de todas as vidas de causas Poucas, indivisas quanto o espaço é apenas Ígneo ou aço, d'resto é corpo ao rés do vidro
Baço, essa sim a perfeita realidade e o "para Sempre" quando incendiado, será obra d'arte Alusiva aos que nunca foram ou serão apenas Corpos retidos na Terra, imortais etéreos
E extensos são os que se distinguem nos dedos Das impressões e nos cotos, no esgar do s'tranho Rosto revestid'a loucura e a desassossego, comum Restolho é fogo posto, assim girassóis no verão,
Será na morte que se distinguem os Homens Que despertam per'si próprios na obesa forma de Ferozes criaturas, perigosas Anacondas do mato, Tubarões do mar alto, Furões Centopeias Descalças
Por castidade volumétrica ou paridade geométrica Nos ângulos catetos, o esboço que define a valia do Posteriormente sobre a do fundo dum antigo fosso Quantas vezes mais casto que enganoso o lodo
Ou o logro do entrudo que a verdade velhaca, Quantas vezes ancoreta mais vil e gasto decomposto Que marujo Malaio, sabujo e pé sujo-de-asceta, Polichinelo de modo algum seria Arauto, Cavaleiro
Real da corte ou Escudeiro de Sua visigótica Alteza, O Bobo todavia é realmente quem é, sem engodo, Enganosa a majestade, soberanode caráter minúsculo, Sem testículos nem barba farta, é uma afronta chamar
Dádiva Legitimidade divina, ao roubo, ao calote À má fé "Generala" num Império de aroma Medievo E pés-de-galinha, metal fedendo a má consciência. Parsifal é o herói da gesta e Atenas caiu anteontem
Em ruínas, rest'o teatro dos parêntesis, o uniforme De Wagner plissado, o palco, o que finge por grosso A razão que não há em tudo, até no restolho avaro, Ardido e pisado, o chão, o fosso, o fraco, o coxo.
Joel Matos (23 Junho 2022)
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