| A noite vem e abrange como um mar e oculta os caminhos usuaisNessas noites, na agrura de luzes, muito se oculta mesmo a razão
 Então me surge essa vontade indisfarçável de outra vez escrever
 Reunir e adjudicar vida às palavras que circundam soltas pelo ar
 Tomar da pena nos dedos para vestir emoções na nudez do papel
 No qual me assento, como quem tatua na pele de forma indelével
 Estes versos sem rima cujas razões vêm desafiar as horas de sono
 À sorte caberá narrar se os versos serão chorados ou serão nada
 Não são óbvias as razões, que o destino o sabe, por que te escolhi
 Recuso-me a acreditar que toda a identidade seja só coincidência
 Foram histórias inacabadas em outras vidas a mover o inverossímil
 Sei que temos discórdias, mas isso não tem feitio de fazer sentido
 Mas quando nos queremos, sim o faz e a madrugada fica pequena
 Nas ruas vazias, nossos sonhos peregrinam, cavalgando unicórnios
 Portanto saibamos que breve o amanhã estará aí com um novo dia
 Chegarão também, as esperanças que só nos cabem dias melhores
 Sem dores, abandonos e corações partidos ou versos descartados
 É chegada a hora de carícias que virão a alimentar nosso coração
 Na certeza que quando juntos, somos muito mais que quando sós
 Tal qual as milhões de estrelas cintilam no firmamento azul escuro
 Toda busca tem fim diante do espelho, as respostas estão em nós
 
 
 
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