Sonho adiado
Entre palavras de amor Passos tremidos de dor Lavados entre leve gemidos Passos detidos pela lei Entre correntes outrora forjadas Nos fornos aquecidos da grei Oh, mãos tenras nas terras cravadas.
Sois uns restos de sonhos frustrados De ventos que outrora abanaram Castanheiros em terrenos arados Onde os amores foram apenas celebrados
Outras celebrações foram adiadas Por onde andas tu, onde vais? Vou à terra ver as sementes lançadas.
Vai e dá a dor Que te está a apertar Foge dessa terra arar. Busca esse sonho perdido Entre palavras de amor Em passos tremidos de dor Lavados entre leve gemidos Passos detidos pela lei Entre correntes outrora forjadas Nos fornos aquecidos da grei Oh, mãos tenras nas terras cravadas. Eliminar a dor, mudai a lei.
Sois uns restos de sonhos frustrados De ventos que outrora abanaram Castanheiros em terrenos arados Onde os amores foram apenas celebrados
Outras celebrações foram adiadas Por onde andas tu, onde vais? Vou à terra ver as sementes lançadas.
Vai e dá a dor Que te está a apertar Foge dessa terra arar.
Que o vento não cesse de agitar Que a chuva seja capaz de regar Que o sol não se vá esconder Que a sombra não queira vencer Que a raiz continue a crescer Que o castanheiro nunca vá morrer Que a paisagem permita disfrutar Que o lugar escondido ressurja no horizonte Que essa gente que grita Se possa enfim transformar E de uma ditadura maldita Floresça um frondoso souto Renunciando a estéreis desejos E que por fim As celebrações não sejam adiadas E que os inconvenientes braços Nunca fiquem desamparados Que os rostos queimados Sejam de novo afagados Que haja lugar para abraços E palavras de saudades escondidas Que o sonho comande as vidas Que os dias sejam de novo recordados Que não sejam sonhos perdidos Que as palavras de dor Sejam levadas pelo fulgor De um sonho sempre adiado JJG
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