As rosas não morrem quando colhidas

Data 19/07/2022 22:23:36 | Tópico: Poemas








As rosas não morrem quando colhidas.
Abrem-se.
Como cofres de veludo.
Com rosto de seda com sede.
As rosas adornam o leito.
Como borboletas entre o trigo.
Abrem o rosto.
Como botões sobre o peito.

Com um rosto semelhante às brasas.
As rosas, numa tarde de verão
embebem quem as admira.
Com o prazer da música
e da oração.
Num limbo de amor e de vida.

As rosas não morrem quando colhidas.
Refletem uma lua vermelha.
Que em cada espanto
devora o cheiro.
Em lento rogo.
Pétala a pétala.
Na mais terrível floração do fogo.

As rosas não morrem quando colhidas.
As rosas abrem-se.
No momento,
dos terrenos férteis,
de noturnos sentidos.
Por serem flores, apenas dormindo.
Abrem-se.
Para existir o espasmo concebido.




























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