As rosas não morrem quando colhidas. Abrem-se. Como cofres de veludo. Com rosto de seda com sede. As rosas adornam o leito. Como borboletas entre o trigo. Abrem o rosto. Como botões sobre o peito.
Com um rosto semelhante às brasas. As rosas, numa tarde de verão embebem quem as admira. Com o prazer da música e da oração. Num limbo de amor e de vida.
As rosas não morrem quando colhidas. Refletem uma lua vermelha. Que em cada espanto devora o cheiro. Em lento rogo. Pétala a pétala. Na mais terrível floração do fogo.
As rosas não morrem quando colhidas. As rosas abrem-se. No momento, dos terrenos férteis, de noturnos sentidos. Por serem flores, apenas dormindo. Abrem-se. Para existir o espasmo concebido.
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