
Um casamento entre o céu e o inferno
Data 13/08/2022 13:54:49 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Pessoas correm desenfreadamente pelas vielas Parecem perseguidas pelos vermes do submundo Substâncias entorpecentes proibidas são distribuídas Por psicopatas que não estão nas prisões Enquanto mães varrem a sujeira para debaixo dos tapetes Sem mesmo se importarem com os choros das crianças Que estão nas gaiolas de algum porão. Os caminhos da mente são feitos de caos E os pseudo-heróis mostram-se imperfeitos demais Não conseguem nem mesmo permanecerem de pé Quando são surrupiados pelos ventos quentes do verão Mesmo sabendo que os confrontos são inevitáveis Permanecem incólumes em seus casulos Enquanto alguns são destruídos sem piedade. Acredita seriamente que só os jovens Podem conseguir alguma coisa nesse mundo? Tolos hipócritas que bradam os templos Como se não fossem donos de um mundo caótico Onde quase ninguém consegue escapar dos tentáculos Corrosivos e pegajosos de um monstro invisível Onde criatura e criador se encontram perdidos. Consegue ouvir o estrondoso grito dos deuses? Eles se debatem e se contorcem cada vez mais furiosos Quando descobrem que os homens são feitos de palavras Que tem sua alma aprisionada nas ideologias E no fedor de esgotos grotescos das grandes metrópoles Cercados de olhares que enxergam mentiras o tempo todo Aprisionados sem esperança pelo destino. Houve um casamento entre o céu e o inferno Quando o inconformismo tomou conta das ruas Onde homens corriam como bestas desenfreadas Por não darem ouvidos aos poetas e videntes Próximos da insanidade exuberantes de verdades Porque acreditavam que fossem profecias intangíveis Que testemunhavam contra a natureza humana. Tudo chega ao fim mais cedo ou mais tarde E não se pode fazer muita coisa a respeito As pessoas não passam de receptáculos de remorsos Sombras aprisionadas nas grotescas cavernas da ignorância Porque o inconformismo toma conta de tudo E o que se pode ver são espetáculos fúnebres Que não temos mais tempo para falar, apenas observar. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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