
Eternidade
Data 02/09/2022 04:05:15 | Tópico: Poemas
| Foi assim que descobri que não há essa tal eternidade O dito eterno nada mais é que um punhado de tempo Uma resma de momentos, nomes, perfumes e palavras Fragmentos havidos na memória em auroras e poentes Que se repetem mais vezes que uma vida pôde desejar Até que esta casca enganosa ao som do último bolero Vá cruzar portas que não temos chaves e como voltar O tempo dá fim a todo orgasmo que logramos lembrar E à oblação que exigiu as solidões plenas de fantasmas A morte não é a vingança d'alguma divindade perversa Nem sequer uma advertência oculta teatral ou didática Apenas o fim que afronta nossa impúbere imaginação De esperar que algo por ser bom vá durar p’ra sempre Se nós desencantarmos de salvar as moças do dragão Bem como outras fantasias ingênuas, um tanto pueris Admitindo que não se sabe o que aguarda na esquina Dá-se mais-valia, como é devido, a pequenos instantes Faz nos entregarmos de verdade a nossos sentimentos Para se lançar de frente ao mistério e desafio de viver
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