
Praga daninha
Data 02/10/2022 12:57:34 | Tópico: Poemas -> Intervenção
| Sentinelas de um tempo indescritível Sombras no amanhecer Dias nublados quase infinitos Dúvidas que pairam sobre as cidades Arranha-céus que cambaleiam na imensidão.
Não se fala em dias tenebrosos Se vivem na escuridão de noites trágicas Nos bares lotados nas madrugadas Não se percebem o gosto amargo da desilusão Porque o vinho dispersa os sentidos.
Nas favelas os bailes funks Nos centros o sertanejo universitário Nos viadutos o silêncio do frio O crepitar das folhas de jornais queimando Ou apenas mais uma lata de lixo sendo revirada.
O que pode fazer sentido neste mundo Quando os olhos estão fechados para a realidade? Quando acreditam que tudo está bom Que nunca houve tempo tão promissor Como o que estamos vivendo na modernidade.
Cale essa boca maldita! - Exclama alguém Se não consegue ver as coisas boas da vida! Não se pode calar a voz para as injustiças Não se pode fechar os olhos para as desigualdades Porque então se poderia calar a voz da revolta?
Pode continuar sua jornada se isso não te afeta Pode seguir o seu caminho e ignorar Só não diga que tudo está bom Quando milhares de pessoas não tem o que comer E suas barrigas roncam tão alto quanto os tiros de canhões.
O mundo tornou-se um ambiente hostil O ser humano é uma praga daninha Que desmata sem escrúpulos e arranca do solo a esperança Que queima até a última árvore Sem pensar nas gerações que poderiam existir depois.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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