
Estranho ano de 22
Data 20/10/2022 19:58:14 | Tópico: Poemas
| O ano não é de chumbo... penso! O barulho não é os das botas Batendo ao encontrar o asfalto Ao arrancar dos batentes as portas, e Ao deixar marcada a região glútea Do cidadão... do bem... e do mal.
No ano que já está entrando no mês onze O chumbo foi trocado pela caneta Posta nas mãos sujas de homens bem vestidos O barulho das botas igualmente, foi trocado Pela fala macia da matilha encastelada Mas mesmas salas onde as canetas são usadas Nas portas das salas e nas regiões glúteas Dos bem vestidos homens em Brasília Não se cojita o assentar as botas.
Nesse ano o barulho é mais sútil Ele vem do matraquear das falas Das arbitrárias decisões Dos supremos homens párias Tribunais sem alma e sem calma Federais tupiniquins...falange pastiche (Falange pastiche..."roubei da Rita Lee).
O ano não é de chumbo... penso Não se ouve a marcha das botas, mas No ar, como que uma nuvem negra Um miasma sufocante... denso e intenso De um cheiro nauseabundo...podre.
Frente a frente dois "estranhos" . Nesse ninho...nessa república de bananas Um estranho destilando ódio igual Outro igual destilando igual ódio No meio disso uma claque aplaudindo Carpideiras chorando...regiamente pagas Homens bem e mal vestidos feito abutres Ansiando pela carniça de um estranho Lambendo antecipadamente os beiços Pelo resto que virá das mesas do outro
Um diz...Brasil acima Outro grita... sem medo
Me apontem 22 razões para ser feliz nesse ano que não é chumbo?
Me digam 13 razões para não ruir?
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