Cântico em três Atos (Canto primeiro)

Data 09/11/2022 13:27:31 | Tópico: Poemas

Canto primeiro: do desconsolo

Por todo o tempo que teu nome viveu em minha garganta
No celeiro dos esqueletos de minhas recônditas memórias
Das lembranças partidas para a morte solitária do oblívio
Olhai-me agora e vede as estrelas que caem de meu peito

As andorinhas azuis bailam-se nas tardes diante dos olhos
É que me encontro, assim, menino bem às três e quarenta
Por isso sigo só quase naufragado por entre antigas águas
Olhai-me agora entre os mil cantos esquecidos das tardes

Se minhas mãos jubilosas, úmidas de águas frias da geada
Erguem-se ao céu a rogar do sol o calor de pífias carícias
E sirvam entre nuvens inimigas qual camisa ao desconsolo
Olhai-me agora a pisar sozinho na grama crocante de gelo



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=364815